A injeção de microcimento é uma técnica para selar e recompactar fissuras e poros em concreto — especialmente quando há umidade ou água correndo, ou quando você precisa de compatibilidade total com o próprio concreto.
Nesse sentido, esta técnica funciona bem em lajes, vigas, paredes de contenção, fundações, reservatórios e bases de máquinas. É ótima para estanqueidade e durabilidade; não é a melhor escolha para juntas com movimento ou fissuras que “abrem e fecham” todo dia.
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O que é microcimento?
Em primeiro lugar, o microcimento (ou cimento microfino) é um pó de cimento com partículas muito menores que as do cimento comum. Misturado com água e aditivos, vira uma calda fluida que penetra rede de microfissuras e vazios do concreto. Depois de injetado sob pressão controlada, hidrata e mineraliza, colando as bordas internas da fissura e reduzindo drasticamente a permeabilidade.
Diferente de resinas, ele é do mesmo “mundo” do concreto: alcalino, mineral, estável a longo prazo e trabalha bem em substrato úmido.
Quando utilizar a injeção de microcimento?
Use microcimento quando o objetivo principal é estanqueidade e recompactação, com algum ganho de monoliticidade, em situações como: infiltrações em reservatórios, ETEs/ETAs, canais, túneis, lajes e vigas com rede de microfissuras, fundações com vazios, paredes de contenção e bases de equipamentos.
Ele é especialmente útil quando o concreto está úmido (ou até com fluxo de água baixo a moderado), quando há muitos pontos a tratar numa mesma área e quando você precisa de compatibilidade e durabilidade sem criar “ilhas” rígidas de outro material.
Em fábricas, é comum adotar microcimento em lajes com infiltração recorrente ao redor de drenos, vigas que fissuraram por ciclos térmicos ou vibração, e paredes de contenção que começaram a “chorar” água. Nessas situações, a injeção sela os caminhos da água e estabiliza o concreto por dentro, reduzindo manutenção.
Quando não usar o microcimento?
Se a fissura abre e fecha por dilatação, recalque ativo ou vibração contínua, o microcimento tende a não acompanhar esse movimento. Aí entram materiais flexíveis (como poliuretano) para vedação elástica. Se a prioridade é reativar a capacidade estrutural de uma fissura única e bem definida — com necessidade de alta resistência de ligação — a resina epóxi costuma ser mais indicada.
Também é prudente avaliar alternativas quando as fissuras são ultrafinas (muito abaixo de 0,1 mm) e a permeabilidade está praticamente nula, ou quando o ambiente é quimicamente agressivo além do padrão do concreto (alguns ácidos/solventes). E lembre-se: junta de dilatação não se “injeta” com material rígido; trata-se como junta, com solução apropriada.
Como a obra acontece
Antes de mais nada, o diagnóstico é o mais importante: mapear fissuras, entender se são ativas ou passivas, localizar entradas/saídas de água e definir pressões seguras. Na sequência, prepara-se a superfície (limpa e seca por fora), sela-se o traçado visível e instalam-se packers (bicos de injeção) ao longo da fissura.
A injeção segue de baixo para cima (ou do ponto de menor cota para o maior), em estágios: aplica-se a calda até “recusa” (quando a fissura não aceita mais), move-se para o próximo bico e, se necessário, volta-se para o anterior para completar.
O controle de pressão evita abrir caminhos indesejados. Por fim, remove-se o excesso, cura-se o material e executa-se um teste de estanqueidade; quando aplicável, finaliza-se com revestimento protetor.
Benefícios práticos
Além de trabalhar em substrato úmido, o microcimento oferece compatibilidade química e térmica com o concreto, boa durabilidade e custo-benefício interessante em áreas grandes ou com muitas fissuras finas. Reduz a permeabilidade, ajuda a conter corrosão de armaduras por limitar a entrada de água e sais e não introduz solventes ou odores fortes no ambiente de trabalho.
O ganho estrutural existe em fissuras passivas, mas o foco é estanqueidade e integridade; se você precisa de “resistência de cola” muito alta, o epóxi ainda reina.
Um caso em uma frase
Em um reservatório com “choros” na junta fria do piso, a injeção de microcimento selou a rede de microvazios ao redor, estabilizou a peça e eliminou a infiltração — tudo executado em duas janelas noturnas, com teste de estanqueidade aprovado no dia seguinte.
FAQ
- Funciona com a estrutura molhada? Sim — é uma das maiores vantagens do microcimento.
- Qual a largura mínima da fissura? Varia com o produto, mas abaixo de ~0,1 mm a injeção fica pouco efetiva.
- Resolve fissura que se mexe? Para movimento, prefira poliuretano (vedação elástica).
- Substitui epóxi? Não. Microcimento é campeão em estanqueidade e compatibilidade; epóxi é o “cola tudo” estrutural para fissuras passivas bem definidas.
Conclusão
A injeção de microcimento é a aliada certa quando a prioridade é estancar água, recompactar o concreto e ganhar durabilidade, especialmente em substratos úmidos e áreas extensas com microfissuras. Em fissuras com movimento ou quando a união estrutural máxima é o foco, avalie PU ou epóxi. O segredo está no diagnóstico e na execução controlada.
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